A Tokamak Energy, uma startup britânica fundada em 2009 como um “spin-off” da Autoridade de Energia Atômica do Reino Unido, acaba de levantar US$ 125 milhões em investimentos.
Esse capital será usado para avançar no desenvolvimento de seu reator de fusão nuclear de design único e para expandir sua divisão de software, a TE Magnetics.
Mas o que torna essa empresa tão especial?
E como o software está acelerando a corrida pela fusão nuclear?
A inovação por trás da Tokamak Energy reside em seu reator tokamak esférico, uma versão compacta e mais eficiente dos reatores de fusão tradicionais.
Utilizando poderosos ímãs supercondutores de alta temperatura, eles conseguem confinar e controlar o plasma — um gás superquente onde ocorrem as reações de fusão — em temperaturas que superam 100 milhões de graus Celsius, seis vezes mais quente que o núcleo do Sol.
Para atingir tais feitos, a Tokamak Energy não conta apenas com avanços físicos, mas também com tecnologia de ponta em software.
Recentemente, a empresa implementou o SOPHIA, um programa de simulação digital conhecido como “gêmeo digital”.
Esse software permite que os cientistas e engenheiros simulem virtualmente experimentos complexos antes de executá-los no mundo real, economizando tempo, recursos e minimizando riscos.
O SOPHIA não só replica as condições do reator, mas também testa múltiplos cenários simultaneamente, acelerando o desenvolvimento de novos métodos para controlar o plasma e otimizar o desempenho do reator. Isso significa que, em vez de realizar dezenas de experimentos físicos — cada um custoso e demorado —, a equipe pode identificar as melhores estratégias através de simulações precisas e confiáveis.
Para o setor de software, essa abordagem representa uma oportunidade significativa.
A integração de tecnologias como gêmeos digitais, inteligência artificial e aprendizado de máquina em áreas tradicionais da engenharia abre portas para novas aplicações e mercados.
Empresas de software especializadas podem encontrar um nicho valioso ao fornecer soluções para setores emergentes como a energia de fusão.
Além disso, a Tokamak Energy estabeleceu a TE Magnetics, uma divisão dedicada a comercializar seus ímãs supercondutores.
Esses ímãs são essenciais não apenas para reatores de fusão, mas também têm aplicações em medicina, transporte e outros campos que demandam campos magnéticos intensos e estáveis. Novamente, o software é fundamental para projetar, testar e otimizar esses componentes críticos.
É interessante notar como a combinação de avanços em software e hardware está impulsionando fronteiras antes inexploradas.
A fusão nuclear, por décadas considerada uma promessa distante, está se aproximando da realidade graças a essa sinergia tecnológica.
Em conclusão, a jornada da Tokamak Energy ilustra como o software está se tornando um catalisador essencial em projetos de engenharia complexos.
Ao acelerar experimentos, reduzir custos e possibilitar avanços antes inimagináveis, o software não é apenas uma ferramenta auxiliar, mas um protagonista na busca por soluções energéticas sustentáveis.