Fundador que vendeu startup para a Apple, cria novas técnicas de deepfake para dublagem hiper-realista

Neste artigo, exploramos como a Panjaya está transformando a dublagem de vídeos com sua ferramenta BodyTalk, que utiliza AI para traduzir vídeos de forma hiper-realista, mantendo a voz e os movimentos originais do apresentador mesmo em cenas desafiadoras como palestras e filmagens com diferentes ângulos. 

Imagine assistir a um vídeo onde o apresentador fala perfeitamente em português, com sua voz original e movimentos labiais sincronizados, apesar de ter gravado em outro idioma…

Essa é a proposta da Panjaya, uma startup que aposta em uma tecnologia que não só traduz, mas adapta com precisão o áudio e os movimentos labiais, que se adapta à vídeos com múltiplos oradores e diferentes ângulos de câmera.

Fundada por Hilik Shani e Ariel Shalom, especialistas em deep learning com experiência no governo israelense, a Panjaya desenvolveu o BodyTalk, uma ferramenta que utiliza inteligência artificial para dublar vídeos de maneira hiper-realista.

Ela não só traduz o áudio para 29 idiomas diferentes, mas também recria a voz original do apresentador e ajusta os movimentos faciais para corresponder ao novo idioma.

Um dos cérebros por trás dessa revolução é Guy Piekarz, atual CEO da Panjaya.

Ele não é estranho ao mundo da tecnologia: em 2013, vendeu sua startup Matcha para a Apple por aproximadamente US$ 15 milhões.

A Matcha era uma plataforma de recomendação e descoberta de vídeos em streaming, e Piekarz passou quase uma década na Apple, contribuindo para o desenvolvimento da Apple TV e do segmento de esportes da empresa.

A tecnologia do BodyTalk é impressionante porque combina várias vertentes da mídia sintética (conteúdos audiovisuais gerados ou modificados por inteligência artificial).

Ao carregar um vídeo na plataforma, ela traduz o conteúdo, recria a voz original no novo idioma e ajusta automaticamente os movimentos labiais e faciais do apresentador.

Tudo isso é feito em questão de minutos, oferecendo uma solução quase em tempo real.

Enquanto muitas empresas utilizam modelos de inteligência artificial existentes, a Panjaya optou por desenvolver seus próprios algoritmos, especialmente para a sincronização labial.

Segundo Piekarz, não havia no mercado uma solução que atendesse ao nível de qualidade necessário para múltiplos apresentadores e ângulos de câmera.

Atualmente, a Panjaya está focada no mercado B2B, atendendo clientes como a organização TED e a empresa de software JFrog.

Os planos futuros incluem expandir para áreas como esportes, educação, marketing e saúde.

Apesar de a tecnologia lembrar os deepfakes, Piekarz prefere evitar esse termo devido às conotações negativas associadas.

Em vez disso, ele classifica a ferramenta como parte da categoria “deep real”, enfatizando o uso ético e controlado da tecnologia.

Para garantir a segurança e evitar usos maliciosos, a Panjaya implementa rigorosos controles sobre quem pode acessar suas ferramentas.

Além disso, a empresa planeja incorporar marcas d’água e outros mecanismos que identifiquem conteúdos modificados, contribuindo para combater a desinformação.

O mercado de tradução e dublagem de vídeos é vasto e ainda pouco explorado em termos de inovação tecnológica.

Embora legendas sejam amplamente utilizadas, há evidências de que conteúdos no idioma nativo proporcionam maior engajamento.

De acordo com pesquisas, materiais apresentados na língua local aumentam a retenção e a compreensão, especialmente em contextos educacionais e corporativos.

Um exemplo concreto do impacto da tecnologia da Panjaya é o relato da organização TED.

Palestras dubladas utilizando o BodyTalk tiveram um aumento de 115% nas visualizações, com a taxa de conclusão dos vídeos dobrando.

Isso demonstra o potencial da ferramenta em tornar o conteúdo mais acessível e envolvente para audiências globais.

Ferramentas como o BodyTalk não apenas ampliam o alcance de conteúdos, mas também abrem portas para colaborações internacionais e compartilhamento de conhecimento em escala sem precedentes.

No Brasil, país rico em diversidade cultural e com uma crescente demanda por conteúdo digital, tecnologias como a da Panjaya podem ter um impacto significativo.

Imagine cursos online, conferências e materiais educacionais de todo o mundo disponíveis em português, com a naturalidade de uma produção local.

A Panjaya está na vanguarda dessa transformação, e será interessante acompanhar os próximos capítulos dessa história.

Com a rápida evolução das tecnologias de inteligência artificial, o futuro da comunicação global parece cada vez mais promissor e integrado.

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