South Park Commons, coletivo de tecnologia do Vale do Silício fundado por Ruchi Sanghvi, está levantando um fundo de US$ 40 milhões focado na Índia, após expandir para o país em parceria com Binny Bansal em 2024. A organização busca apoiar empreendedores em estágio inicial, oferecendo programas exclusivos e investimentos significativos, destacando-se no competitivo mercado de startups indiano.
South Park Commons, um coletivo de engenheiros, fundadores e pesquisadores do Vale do Silício, está levantando um fundo de US$ 40 milhões específico para a Índia.
A iniciativa ocorre seis meses após a entrada da organização no mercado sul-asiático em junho de 2024, conforme um registro recente na Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC).
Fundada em 2016 por Ruchi Sanghvi, a primeira engenheira mulher do Facebook, a South Park Commons expandiu para a Índia no ano passado em parceria com Binny Bansal, cofundador da Flipkart, um dos maiores marketplaces online do país.
A filial indiana, sediada em Bengaluru, importante polo tecnológico na Índia, marcou o primeiro movimento global da plataforma que já havia levantado três fundos para apoiar startups em estágio inicial nos Estados Unidos.
Em 2018, Sanghvi foi acompanhada pelo marido e parceiro de negócios, Aditya Agarwal, que anteriormente atuou como vice-presidente de engenharia no Dropbox.
Diferentemente de fundos de capital de risco tradicionais e incubadoras como a Y Combinator, a South Park Commons busca tecnólogos com ideias fortes que ainda não estejam prontos para captar recursos — o estágio que a empresa chama de “-1 a 0”.
O coletivo oferece dois programas distintos: Community Membership para empreendedores que não buscam investimento imediato, e Founder Fellowship, que apoia fundadores com um total de US$ 1 milhão em financiamento (US$ 400 mil ao ingressar no programa e um compromisso adicional de US$ 600 mil para a próxima rodada de investimentos).
Atualmente, a South Park Commons conta com cerca de 175 membros ativos e mais de 800 ex-alunos, segundo informações em seu site.
Aproximadamente 80% desses membros são fundadores, enquanto o restante é composto por especialistas em domínios específicos e pesquisadores.
Em setembro de 2024, o grupo contratou Prateek Mehta, ex-diretor executivo e CBO da Angel One, como sócio fundador de sua unidade na Índia.
O mercado indiano tem se mostrado desafiador para startups de modo geral.
O país, que abriga mais de 149 mil startups de acordo com dados governamentais, possui apenas 117 unicórnios — startups com valuation de pelo menos US$ 1 bilhão.
Esse cenário tem convencido fundos globais de capital de risco, incluindo Accel, General Catalyst e Lightspeed, a manterem-se otimistas quanto ao ecossistema indiano.
Por outro lado, outros investidores como SoftBank e Tiger Global têm enfrentado dificuldades.
A Y Combinator selecionou apenas quatro startups da Índia em seus programas de inverno e verão de 2024, uma queda em relação a oito em 2023 e 47 em 2022.
Ruchi Sanghvi e Aditya Agarwal não responderam imediatamente aos pedidos de comentário.