Quantum Brilliance avança na fabricação de computadores quânticos que operam em temperatura ambiente

A Quantum Brilliance, uma start-up com sedes na Alemanha e Austrália, recebeu um investimento de US$ 20 milhões para avançar na produção em massa de computadores quânticos que utilizam diamantes sintéticos. Essa tecnologia permite que os dispositivos operem em temperatura ambiente, sem a necessidade de ambientes extremos, como resfriamento próximo ao zero absoluto. A empresa planeja construir sua primeira fábrica de diamantes quânticos e já anunciou parcerias para integrar seus aceleradores quânticos em sistemas existentes.

A Quantum Brilliance, empresa emergente no campo da computação quântica, anunciou que está pronta para iniciar a produção em massa de seus computadores quânticos baseados em diamantes sintéticos, após assegurar um financiamento de US$ 20 milhões em uma rodada de investimentos série A.

O aporte foi liderado pelo fundo de tecnologia Main Sequence, pela firma de capital de risco norte-americana In-Q-Tel e pelo investidor japonês Intervalley Ventures.

Participaram também fundos soberanos australianos como o National Reconstruction Fund Corp. e o Breakthrough Victoria, além de empresas como Alium Capital Management, Investible e Jelix Ventures.



Com instalações na Alemanha e na Austrália, a Quantum Brilliance está desenvolvendo uma abordagem inovadora para hardware de computação quântica.

Diferentemente de gigantes como IBM e Google, cujos computadores quânticos exigem temperaturas próximas ao zero absoluto (-273,15 °C) para operar, a tecnologia da Quantum Brilliance utiliza qubits baseados em diamantes sintéticos que funcionam em temperatura ambiente.

Essa característica elimina a necessidade de sistemas criogênicos especializados, arrays de laser de precisão ou ambientes de vácuo.

Como resultado, seus computadores quânticos são mais práticos, eficientes energeticamente e podem ser utilizados em diversos ambientes, desde data centers até veículos autônomos e aplicações de edge computing.

A tecnologia aproveita as propriedades únicas dos centros de vacância de nitrogênio em diamantes, que protegem os qubits contra ruídos de vibrações térmicas e impurezas magnéticas provenientes do núcleo da Terra, fatores que podem desestabilizar qubits convencionais.

Ao encapsular os qubits em diamantes, a empresa consegue manter a estabilidade necessária para operações quânticas em condições normais.

Além disso, a utilização de diamantes permite à Quantum Brilliance desenvolver computadores quânticos em formatos muito menores do que os de seus concorrentes.

A empresa vislumbra a possibilidade de, no futuro, miniaturizar essa tecnologia a ponto de integrar aceleradores quânticos em chips similares aos atuais, possibilitando a existência de laptops, smartphones e tablets quânticos.

Com o investimento recebido, a Quantum Brilliance planeja construir sua primeira fábrica destinada à produção de diamantes para fins quânticos.

Também pretende desenvolver protótipos para novas aplicações em sensores quânticos e cumprir compromissos já assumidos com os primeiros adotantes de sua tecnologia.

Mark Luo, CEO da empresa, afirmou: “Este financiamento representa um avanço significativo para a Quantum Brilliance à medida que aprimoramos o design, o desempenho e a capacidade de fabricação de dispositivos quânticos baseados em diamante”.

Desde sua última rodada de investimentos em fevereiro de 2023, quando levantou US$ 18 milhões, a start-up tem registrado avanços notáveis.

Recentemente, anunciou uma parceria com o Oak Ridge National Laboratory, no Tennessee, para integrar seus aceleradores quânticos de diamante aos sistemas de computação de alto desempenho já existentes, visando impulsionar fábricas de inteligência artificial de próxima geração.

Em 2022, a empresa foi contratada pela Agência de Inovação em Cibersegurança da Alemanha (Agentur für Innovation in der Cybersicherheit GmbH) para desenvolver o primeiro computador quântico móvel do mundo, destinado a operações em ambientes remotos.

Nat Puffer, diretor executivo da In-Q-Tel, destacou que a tecnologia quântica baseada em diamantes já possui aplicações práticas no desenvolvimento de sensores quânticos compactos e robustos.

“Acreditamos que esta tecnologia desempenhará um papel crucial na resolução de desafios estratégicos em diversas indústrias e prioridades nacionais críticas”, afirmou.

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