Especialistas temem que novas regras do DeepMind desacelerem progresso em IA

O Google DeepMind implementou novas restrições na publicação de pesquisas em IA, gerando preocupação no setor. A CEO da Iris.ai, Anita Schjøll Abildgaard, alerta que essa decisão pode prejudicar a inovação, reduzindo o acesso a importantes avanços como o AlphaFold. Ela defende que empresas de IA reforcem o compromisso com a abertura e a colaboração, destacando a importância da transparência para o avanço tecnológico.

O Google DeepMind implementou novas restrições na publicação de pesquisas em inteligência artificial, gerando preocupação entre especialistas do setor.

A CEO da startup norueguesa Iris.ai, Anita Schjøll Abildgaard, alertou que essas mudanças podem prejudicar a inovação na área.



Segundo reportagem do Financial Times, o laboratório britânico está impondo vetos mais rigorosos e burocracia adicional para a divulgação de estudos.

O objetivo seria proteger a vantagem competitiva da empresa em IA.

Desde sua aquisição pelo Google em 2014, o DeepMind tem sido pioneiro em avanços na ciência da computação.

Entretanto, enfrenta concorrência crescente de empresas como OpenAI e DeepSeek.

Com a pressão para se manter à frente, o DeepMind estaria estabelecendo novas barreiras em torno de suas inovações e reputação.

Anita Abildgaard destaca que essa decisão marca o fim de uma era de abertura e colaboração na pesquisa de IA.

Embora possa parecer que outras empresas se beneficiariam da menor exposição do DeepMind, ela adverte que as desvantagens superam os benefícios.

“Pesquisadores de diversos setores terão menos acesso ao trabalho impressionante do DeepMind”, afirmou.

Ela cita o exemplo do AlphaFold, sistema que prevê estruturas de proteínas com precisão notável.

O AlphaFold foi considerado uma solução para um dos maiores mistérios da biologia, com potencial para avanços em áreas como descoberta de novos medicamentos e combate às mudanças climáticas.

Abildgaard questiona se projetos dessa importância seriam liberados tão prontamente sob as novas restrições.

A executiva alerta que os impactos podem ser severos.

Ela insta empresas de IA a reforçarem seu compromisso com a abertura.

Segundo Abildgaard, a Europa possui uma das comunidades de pesquisa open-source mais férteis do mundo.

“Com o DeepMind voltando-se para dentro, comunidades de pesquisa menores podem se diferenciar dos gigantes americanos ao abraçar a colaboração”, concluiu.

Para o setor de software brasileiro, essa discussão ressalta a importância da transparência e cooperação para impulsionar a inovação em IA.

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