A história do homem que desistiu de 10% das ações da Apple por apenas 800 dólares

Você já ouviu falar de Ronald Wayne?

Enquanto os nomes Steve Jobs e Steve Wozniak são mundialmente famosos como os fundadores da Apple, há um terceiro nome que permanece quase esquecido na história da empresa:

Ronald Gerald Wayne.

Em 1º de abril de 1976, na garagem de uma casa em Los Altos, Califórnia, nascia a Apple Computer Company.

Jobs, Wozniak e Wayne se uniram com o objetivo de comercializar o primeiro computador pessoal da empresa, o Apple I.

Enquanto Jobs e Wozniak tinham 21 e 25 anos, respectivamente, Wayne, com 42 anos, trouxe experiência e uma voz madura ao grupo.

Ele foi responsável por desenhar o primeiro logotipo da Apple e redigir o contrato original que estabeleceu a empresa.

Wayne possuía 10% das ações da Apple, enquanto Jobs e Wozniak dividiam os outros 90%, com 45% cada.

No entanto, apenas 12 dias após a fundação da empresa, Wayne tomou uma decisão que mudaria sua vida para sempre…

Ele vendeu sua participação por meros 800 dólares.

Corrigido pela inflação, esse valor equivaleria a cerca de 4.500 dólares hoje.

Ainda assim, é uma pechincha se compararmos ao valor atual de mercado da Apple.

Mas o que motivou essa escolha?

Wayne era completamente avesso ao risco e temia as possíveis dívidas que a empresa pudesse contrair para continuar sua produção.

Na época, Jobs havia conseguido um contrato para vender 50 unidades do Apple I para a The Byte Shop, uma loja conhecida por atrasar pagamentos.

Para cumprir o pedido, Jobs tomou um empréstimo de 15 mil dólares.

Wayne — que já havia passado por uma experiência empresarial fracassada com máquinas caça-níqueis — temia que, se algo desse errado, os credores viriam atrás dele, já que era o único dos três sócios com bens pessoais.

Além disso, Wayne sentia-se deslocado ao lado dos jovens e ambiciosos Jobs e Wozniak.

“Era como segurar um tigre pela cauda”, disse ele em entrevistas.

Após sua saída, Jobs tentou convencê-lo a retornar, mas Wayne estava decidido.

Se tivesse mantido sua participação, hoje ela valeria cerca de 340 bilhões de dólares, o que o tornaria um dos homens mais ricos do mundo.

Mas Wayne não se arrepende de sua decisão.

Em entrevistas, ele afirmou:

“Se eu tivesse ficado na Apple, provavelmente teria acabado sendo o homem mais rico do cemitério”.

Wayne continuou sua carreira em outros lugares, trabalhando na Atari e em outros projetos.

Curiosamente, ele não possui nenhum produto da Apple, nem mesmo um iPhone.

Sua história levanta reflexões interessantes sobre risco, oportunidade e arrependimento.

Quantas vezes nos deparamos com escolhas que podem mudar drasticamente o curso de nossas vidas?

Wayne priorizou a segurança e a estabilidade em vez de se arriscar em uma startup incerta.

Embora para muitos isso possa parecer um erro colossal, para ele foi a decisão certa.

No mundo dos negócios, é comum celebrarmos histórias de sucesso e fortuna.

Mas é importante lembrar que cada indivíduo tem suas próprias medidas de sucesso e felicidade, assim como seu próprio nível de aversão ao risco.

Além disso, essa história nos faz refletir sobre o valor de reconhecer e aprender com as oportunidades, assim como também de compreender nossos próprios limites e prioridades.

Em um mercado tão volátil e competitivo como o de tecnologia, as decisões tomadas sob pressão podem ter consequências imprevisíveis.

A trajetória de Ronald Wayne é uma peça fascinante da história da Apple que poucos conhecem.

É uma narrativa que adiciona profundidade à já rica história da empresa e oferece lições valiosas sobre empreendedorismo, risco e escolhas pessoais.

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