A ByteDance, gigante chinesa por trás do TikTok, está trazendo o Lark, seu “superapp” corporativo, para o Brasil.
Em parceria com a consultoria IEST, fundada por Tian Bin e com In Hsieh como sócio, a ByteDance busca oferecer uma nova solução para a gestão empresarial no País.
O Lark é descrito como um “canivete suíço digital” para empresas.
Ele integra funcionalidades de aplicativos populares como Slack (comunicação interna), Zoom (videoconferências), Trello (gestão de projetos), Notion (anotações e documentos) e Google Workspace (pacote de produtividade), tudo em uma única plataforma.
Inicialmente, o foco será atender empresas chinesas já estabelecidas no Brasil, mas a ambição é conquistar o mercado nacional e competir diretamente com as soluções já consolidadas.
A estratégia para entrar no mercado brasileiro envolve “tropicalizar” o aplicativo.
Isso significa adaptar o Lark para o português e integrar funcionalidades específicas ao contexto brasileiro, como sistemas de emissão de notas fiscais eletrônicas.
Lucas Peng, COO da IEST, destaca que o Lark já possui integração com plataformas de comércio eletrônico, o que deve facilitar sua adoção por empresas brasileiras que atuam nesse segmento.
No entanto, a ByteDance enfrenta um desafio significativo…
Historicamente, aplicativos chineses como o WeChat não obtiveram o mesmo sucesso fora da China.
A adaptação cultural e a concorrência com players já estabelecidos são barreiras que a empresa terá que superar.
A ByteDance, avaliada em impressionantes US$ 225 bilhões, tem apresentado um crescimento acelerado.
Analistas de mercado projetam que a empresa pode ultrapassar a Meta (antigo Facebook) em faturamento nos próximos anos.
Embora o Lark represente apenas uma pequena fração das receitas da ByteDance, o aplicativo já alcançou US$ 300 milhões em receita anual recorrente, registrando um crescimento de 50% em relação ao ano anterior.
A meta no Brasil é ambiciosa: atingir 500 mil usuários até 2025.
Além do Lark, outras empresas chinesas de software com foco em inteligência artificial estão de olho no mercado brasileiro.
A Speakly AI e a Moonshot AI, esta última avaliada em US$ 2,5 bilhões, estão sondando oportunidades no País.
A entrada dessas empresas no Brasil pode “subir a barra” e elevar o nível de inovação no setor de software corporativo nacional.
Será que as empresas nacionais estão preparadas para essa nova concorrência?
E como os usuários brasileiros vão reagir a essas novas opções?
É inegável que a globalização do setor de tecnologia está trazendo desafios e oportunidades.
A competição tende a estimular a inovação, beneficiando, em última análise, os usuários finais.
Para as empresas brasileiras, talvez seja o momento de acelerar a adoção de novas tecnologias e repensar suas estratégias digitais.