Oosto, startup de visão computacional, é comprada por US$ 125 milhões

A Metropolis, startup de IA focada em soluções para estacionamento, adquiriu a Oosto, anteriormente conhecida como AnyVision, por US$ 125 milhões. O valor representa apenas um terço dos US$ 380 milhões que a Oosto havia levantado de investidores ao longo dos anos. A aquisição reflete os desafios enfrentados por algumas startups de IA, mesmo em meio ao crescente interesse pelo setor.

A Metropolis, uma startup que utiliza inteligência artificial para aprimorar sistemas de estacionamento, adquiriu a Oosto, empresa especializada em visão computacional e anteriormente conhecida como AnyVision.

Fontes confiáveis informam que o acordo foi fechado em US$ 125 milhões, valor significativamente inferior aos US$ 380 milhões captados pela Oosto em rodadas de investimento anteriores.



Esse movimento estratégico ocorre em um momento em que, apesar do crescente interesse e investimento em tecnologias de IA, algumas startups enfrentam dificuldades para se manterem competitivas e rentáveis.

A Oosto, que havia passado por rebranding após controvérsias envolvendo o uso de sua tecnologia em aplicações de vigilância, especialmente em áreas sensíveis, buscava novas direções para seu modelo de negócios.

A AnyVision, agora Oosto, havia ganhado notoriedade por desenvolver tecnologias avançadas de reconhecimento facial e visão computacional.

No entanto, relatos sobre o uso de suas soluções em práticas de vigilância pelo governo israelense e outras organizações levantaram preocupações éticas e levaram à perda de investidores importantes, como a Microsoft.

Em 2021, a empresa havia conseguido um significativo aporte de US$ 235 milhões liderado pelo SoftBank e Eldridge, sinalizando uma tentativa de reposicionamento no mercado.

A Metropolis, por sua vez, tem focado em automatizar e otimizar sistemas de estacionamento por meio de IA, oferecendo soluções que identificam automaticamente veículos e gerenciam cobranças.

Em 2023, a empresa levantou US$ 1,7 bilhão em financiamento, destinando a maior parte para a aquisição da SP Plus, outra especialista em tecnologia para estacionamentos, por US$ 1,5 bilhão.

A aquisição da Oosto pode indicar a intenção da Metropolis de ampliar suas capacidades tecnológicas, possivelmente integrando avançadas soluções de visão computacional em seu portfólio.

Avihai Michaeli, consultor de banco de investimentos em Tel Aviv, comentou que a união das empresas faz sentido do ponto de vista tecnológico, já que ambas buscam criar ambientes mais seguros e eficientes por meio de IA e análise de dados.

É importante notar que o cenário atual apresenta desafios adicionais para empresas israelenses do setor de tecnologia, devido a tensões geopolíticas que podem afetar investimentos e operações.

Esse contexto possivelmente influenciou a decisão de venda da Oosto.

A movimentação no mercado ressalta que, mesmo com o entusiasmo em torno da inteligência artificial, startups precisam enfrentar realidades financeiras e operacionais complexas.

A trajetória da Oosto serve como um alerta para novas empresas no setor sobre a importância de alinhar inovação tecnológica com práticas comerciais sustentáveis e éticas.

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