Venture Capital em 2025: VCs apontam áreas para onde o dinheiro deve fluir

O panorama de enterprise tech para 2025 aponta maior adoção de IA, mas com foco em ROI imediato e cases de uso verticais. Há expectativa de aumento de orçamentos em áreas como segurança, automação e infraestrutura de dados. Rodadas Série A devem ser mais seletivas, priorizando startups com ARR comprovado e forte diferencial competitivo. Fusões e aquisições podem se intensificar, enquanto o mercado de IPOs segue mais cauteloso, mas com oportunidades para empresas de crescimento sustentável. A procura por métricas claras, como o TTFV, e a consolidação de modelos especializados em domínios específicos deverão guiar muitos projetos de software corporativo nos próximos anos.

O interesse por soluções de Inteligência Artificial (IA) dentro das empresas segue crescendo, mas muitos executivos ainda relatam uma adoção mais lenta do que o esperado.

Alguns fundos de investimento consideram que 2025 pode ser o ponto de virada em que a IA deixe de ser apenas um teste e entre em produções de grande escala, especialmente conforme orçamentos são realocados para ferramentas que entregam valor mensurável.

Houve apostas de que isso ocorreria já em 2024, mas as restrições de gastos e a falta de clareza sobre modelos robustos para validação de dados postergaram a adoção em larga escala.

O cenário vem se tornando mais favorável à medida que diversas frentes de negócio buscam ROI imediato e indicadores como o “TTFV” (time-to-first-value), que revela com que rapidez uma empresa obtém benefício real de uma solução.

Para muitos fundos, aplicações verticais de IA, voltadas a domínios específicos (como contabilidade e serviços legais), podem apresentar margens mais atraentes do que no passado, graças ao surgimento de modelos automatizados capazes de lidar com alto volume de tarefas repetitivas.

Outro fator de atenção é a segurança cibernética, tanto no sentido tradicional de proteção de dados, quanto em novos cenários em que a IA participa ativamente das operações, exigindo ferramentas que monitorem possíveis vulnerabilidades internas e externas.

Há investidores de olho em modelos focados em tarefas muito específicas, que trazem alta precisão sem depender integralmente das grandes plataformas de IA de mercado, algo que pode reduzir custos e acelerar a implementação.

Além da IA, algumas empresas especializadas em infraestrutura de software — como as que possibilitam a transição de workloads para a nuvem ou criam plataformas de desenvolvimento mais ágeis — seguem apresentando forte crescimento.

A lógica é que, com a corrida por resultados rápidos, muitas companhias desejam soluções que simplifiquem a adoção de novas tecnologias ou gerem ganhos operacionais imediatos.

As previsões para quem busca uma rodada Série A em 2025 indicam maior exigência de tração comprovada, especialmente em receita anual recorrente (ARR) entre US$ 1,5 milhão e US$ 5 milhões para produtos de IA.

Também se comenta uma provável alta na atividade de fusões e aquisições, pois grandes organizações podem preferir incorporar tecnologias já consolidadas ou equipes técnicas de ponta, em vez de construir tudo internamente.

Para quem está desenvolvendo soluções com forte base de dados proprietários, o consenso é que esse fator representa uma “trincheira” competitiva importante, pois dá substância aos modelos de IA e dificulta a replicação por concorrentes.

Setores como administração pública, energia e defesa também chamam atenção por apresentarem orçamentos elevados e necessidade cada vez mais urgente de inovar em seus processos.

Ainda há cautela em relação ao mercado de IPOs, mas a previsão é de uma retomada lenta e seletiva, com prioridade para empresas capazes de demonstrar crescimento e sustentabilidade financeira ao mesmo tempo.

No geral, a expectativa é de que 2025 seja marcado por investimentos em soluções que equilibrem criação de valor e otimização de custos, impulsionadas pela busca de aplicação prática da IA, de modo que essa tecnologia cumpra um papel efetivo nos processos.

Haverá maior disposição para investir em soluções prontas, tanto para fins de segurança quanto para automação de fluxos de trabalho críticos, com a demanda de oferecer resultados objetivos em um intervalo de tempo reduzido.

Portanto, para empreendedores que desejam atrair capital de risco, a recomendação mais citada pelos fundos é combinar fortes dados de mercado, ter soluções fáceis de implementar e provar que o produto realmente funciona nos casos de uso mais urgentes das empresas.

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